quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Meu presente de Natal e my wish for us!

Hi, there!

Sei que fiz este blog para dividir com todos o meu processo de au pair. Mas como o ano está se encerrando e não deixei mensagem de Natal a vocês, eu gostaria de contar a todos um presente de Natal que eu tive este ano. É um pouco extenso, mas acho que vale a pena dividir esta história com vocês.
Há quase 10 anos, quando eu ainda morava em Andradina-SP, a minha irmã cuidava do filho da vizinha. Na época, ela gostava muito de crianças (e ainda gosta) e começou a tomar conta de um bebê que chorava muito, muito. Até então, não sabíamos por que o bebê chorava daquele jeito, mas de tanto ele chorar a minha irmã foi até lá para tentar ajudar.
Moramos em um bairro simples e a vizinhança é bem humilde, como nós. E não me lembro ao certo quantos moravam naquele casebre, mas sei que havia a mãe do bebê e uma criança. A mãe, então, contou à minha irmã que o bebê tinha ácido úrico elevado no sangue, por isso, sentia muita dor, pois ele ingeria alimentos que não poderia, mas pela dificuldade financeira dela, ou ela o deixava passar fome ou ele se alimentava com o que ela tinha e, dessa forma, sentiria dor. Já naquela época, a mãe não dava muita atenção à criança e era muito desleixada com a forma de cuidar.
Por isso ficamos sensibilizados e tentamos ajudar de várias maneiras. Meu pai sentiu muita vontade de adotar aquela criança, mas na época sabíamos das dificuldades da adoção e a história passou, até que eles se mudaram. Quase 10 anos se passaram e não tivemos notícias daquele lindo bebê, loirinho, de olhos azuis, que a minha irmã cuidava.
Eis que neste Natal, eu fui para Andradina e, na tarde do dia 24 de dezembro, eu estava tirando um cochilo básico e acordei ouvindo minha irmã conversando com uma criança. Quando levantei, me deparei com um menininho loirinho, de olhos azuis. A minha irmã contou quem era e eu quase chorei. Daí ela contou que minha mãe o viu sentado, sozinho, na praça em frente de casa, e que o reconheceu na hora. Então minha mãe o levou lá em casa para conversar.
Ele estava na casa da madrinha, que morava na vizinhança. Era uma criança de 9 anos, completamente pura e ingênua. Um olhar triste, cabisbaixo. Nós íamos procurar uma floricultura aberta (isso, no dia 24 de dezembro) e então, a minha irmã o convidou para passear conosco. Ele nunca havia andado de carro. Foi um momento muito mágico que eu quis participar. Aquele menininho ali, sentado no banco de trás, com os olhos pregados na janela, prestando atenção em tudo que se passava fora do carro, sem falar uma palavra sequer.
Claro que não encontramos a floricultura! Mas passamos na casa da minha tia e ele foi conosco. Ele tinha o olhar muito triste e só de olhar para ele eu imaginava quantas crianças não estariam tendo o mesmo Natal que ele. Então ele contou, tímido, sem olhar nos nossos rostos, que na família dele, ninguém gostava dele porque ele era o único branco e que os irmãos deles ganharam um carrinho grande de presente e ele ganhou um carrinho bem pequeninho. Ao contar com aquela voz de criança, triste, me partiu o coração. Só Deus sabe o quanto eu me esforcei pra não derramar uma lágrima.
A minha vontade era de pegar aquela criança no colo e cuidar para sempre. Dizer que nunca mais iriam tratá-lo daquela maneira. Que nós iríamos ser a família dos sonhos dele. Nada iria faltar a ele. Mas não. Foi só vontade. Havia um nó em minha garganta e muita coisa passava pela minha cabeça.
Ele voltou com a gente e a minha irmã disse que ela seria a segunda madrinha dele. Que no dia seguinte era pra ele ir lá em casa que nós iríamos levá-lo ao shopping para ver o Papai Noel e tomar um sorvete. Mas ele não foi. E não faço ideia de onde esteja. Apenas desejo que ele esteja melhor e espero que aquele simples passeio tenha sido bom para que ele se lembre sempre, pois eu jamais esquecerei.
Pra mim, foi um presente poder passear por algumas horas com aquele menino. Uma criança de 9 anos, mas que aparentava ser muito mais novo, muito mais ingênuo e carente. Carente de carinho, de sorriso, pois ele carregava um olhar muito triste e, por algumas vezes, conseguimos fazê-lo sorrir.  Este foi um Natal especial.
Desejo a vocês, queridas futuras au pairs, que se lembrem dessa história como uma forma de manterem sua autoridade perante às possíveis kids mimadas. Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém, sejamos firmes! Desejo que tenhamos forças para nos impor e mostrar às kids o quão abençoadas elas são por terem uma família que lhes ofereçam oportunidades.
Desejo a todas nós, que em 2011, nós possamos desempenhar bem nossas atividades como au pair e, quem sabe, ser além disso: uma amiga, uma companheira e uma irmã para as kids. I wish we find a hostfamily... a hostfamily que tenha paciência em nos ensinar o inglês e que nos acolha como filhas. Que jamais virem às costas para nós diante das necessidades e que nos ajudem a enfrentar os problemas. Desejo tudo isso e muitas felicidades nos EUA a todas nós!
See ya! J
Have a good Reveillon!

2 comentários:

  1. ai que bom saber q alguem ainda le meu blog! hahahaha
    entãooo..eh, se vc quer vir mais ou menos em Abril, tem q conseguir family ate começo de março...
    vou dar uma pesquisada...as q conheço ja pegaram au pairs novas, mas deixarei teu nome anotadinho caso apareça algo! :)
    Beijosss
    e Boa Sorte!!!

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  2. Oi...
    Feliz Ano Novo! Primeira vez no blog. História tocante, e nesse Brasil que com certeza há tantas crianças em situações parecidas. Tenho certeza que a vespera de Natal foi a melhor na lembramça desse menino.
    Beijos...

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