sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Wedding Day!

Eu não poderia deixar de fazer um post sobre o nosso casamento.

Logo depois que a minha família foi embora, bateu um desânimo, uma depressão terrível...
E pra ajudar, o clima na casa dos hosts estava horrível.
Eles inventaram de viajar pro México e eu fiquei. Deixaram uma lista quilométrica de afazeres pra mim.
Para mais detalhes, clique aqui.

Daí na noite do dia 20 de Agosto de 2012, quando tudo começou a acontecer (a maluca da host entrou no meu quarto gritando), foi quando decidimos que iríamos nos casar. No dia seguinte eu liguei pra minha mãe, contando tudo. Ela me apoiou, disse que ele já havia pedido permissão a ela e que eu deveria fazer o que eu achava melhor, desde que eu não estivesse desesperada. Eu não estava desesperada pra casar. Eu estava desesperada por não querer perdê-lo, perder a chance de ser feliz com ele. Não queria voltar para o Brasil sem ele. Só quem estava na minha pele poderá saber o que eu senti.

Resolvemos nos casar às escondidas - sem contar para hostfamily e Agência - porque senão eles iriam atrapalhar o meu processo de imigração. Entramos em contato com o advogado que já havíamos contatados meses antes (como disse, já estávamos planejando nos casar), e ele nos orientou a nos casar o quanto antes e não contar nada pra ninguém.

Na sexta à noite (quando meu namorado foi me buscar em na casa dos hosts pra passar o fim de semana), ele ficou na casa dele pra falar com meu pai por Skype para pedir a minha mão em casamento. Enquanto ele fazia isso, eu fui para o mall em Orland Park para procurar um vestido. Afinal de contas, mesmo sendo só no civil na courthouse, eu queria estar bonita para o nosso casamento.

Posso imaginar a cara da tia dele ao atender o telefone quando ele ligou pra ela dizendo "Tia, vou me casar amanhã de manha". Hahaha. Parece engraçado agora. Mas no dia, estávamos tão nervosos. Bom, pelo menos eu. Eu estava nervosa pela situação. Eu não tinha ninguém da minha família ao meu lado, mas foi lindo. Meu primo que mora em Indiana não pode ir pois estava embarcando no Brasil no mesmo dia. Mas o apoio dele foi fundamental, durante todo o processo.

Com a bênção do meu pai concedida por Skype, com a minha mãe ao lado dele e a minha irmã em outro estado, traduzindo, por video conferência, nos casamos em um sábado de manhã de sol, maravilhoso.
As fotos falam por si só:





Fui uma noiva sem dia da noiva. Acordei às 6am pra tomar banho, fazer uma escova no cabelo, tentar fazer uma maquiagem bonita. Não tive oportunidade de ir em nenhum salão para fazer nada. Eu pintei minhas unhas com base, pra não ficar muito "cheguei" nas fotos. Ah...e as fotos quem tirou foi a maravilhosa Marsha Ridings, com a minha câmera. Ela nos deu tanto apoio, tanto que jamais poderei retribuir. Um anjo em minha vida :)

Não tínhamos nem aliança. Quando decidimos nos casar, estávamos preocupados com o processo de imigração. Hoje meu marido sempre lembra o quão preocupado ele estava, ele achava que alguém iria me procurar e me mandar de volta para o meu país...sabe aquelas coisas de filme? Ele não queria me perder. E eu não queria perdê-lo. Então..rs...hoje parece até meio engraçadinho (ou não), mas na verdade não foi nada assim.

Saindo do casamento, fomos tomar café da manhã em um restaurante. A vó do meu marido pagou pra todo mundo, o que foi ótimo, senão cada um pagaria o seu. Hahaha. Não tivemos jantar para amigos, nada de recepção. Assim que o café da manhã chegou ao fim, fomos para o advogado começar a resolver tudo.

Estavam só começando os desafios para nós dois.
Mas uma coisa eu posso dizer: O amor só existe para os que acreditam nele. E a nossa história prova que o amor ainda é possível nos dias de hoje.

Muita gente nos pergunta por que nos casamos às pressas. O parágrafo acima responde a pergunta. Daí muita gente também pergunta (todo mundo quer saber da nossa vida, né) por que nós decidimos nos casar aqui, assim, sem avisar muita gente, coisa e tal. Bom, a resposta é muito simples. Nós quisemos assim. Nós já tínhamos ido ao advogado meses antes e sabíamos das opções. Nós queriamos a opção mais rápida e "reasonable"- o que eu chamo de menos cara, porque tudo custa caro. Eu poderia ter voltado para o Brasil, esperado lá por 6, 7 meses, para o processo de imigração ter validade, daí voltar para cá e com o visto de noiva me casar em até 90 dias. No final das contas, eu teria de me casar aqui do mesmo jeito, longe da família. Minha família inteira não viria pra cá. Então não fazia muito sentido...

Um dia, assim que Deus nos dê oportunidade financeira de fazer um casamento  na igreja, com recepção para amigos e familiares, faremos com certeza. No Brasil e aqui nos Estados Unidos. Mas por enquanto, o mais importante é a solidificação do nosso amor que tem sobrevivido a tantas batalhas até agora.


Love just exists for the ones who believe in it. And our story proves love is still possible nowadays.

Cansei de sofrer e fui ser feliz!


Bom, pra contar tudo o que eu vivi em seis meses sem ter de sofrer tudo de novo, eu vou resumir neste post. Não aguento mais ter que voltar nessa história.

- Quando eu ainda conversava com a fofa por email, no Brasil, ela havia "me prometido" fazer um curso de Business Communication, pois ela era professora do curso e eu tinha formação na mesma área. Foi um dos maiores motivos pelo qual eu optei por esta hostfamily. Quando chegou dezembro, ela disse que a matrícula seria em janeiro, pra "eu me informar'. Poxa, ela trabalha na universidade, é professora desde curso e não pode me dar informação? Tudo bem, corri atrás, daí ninguém informava o valor, eu teria de ir lá. Daí pedi pra ela, e depois de um mês cobrando ela por email, ela chega simplesmente com os requisitos para fazer o curso (apenas uma disciplina), que ficaria em 1.200 dólares. Eu cai dura. Fiquei arrasada. Havia chegado da Europa sem um centavo. Daí eu falei pra ela que estava frustrada, pois não sabia o que fazer, era muito caro. Ela falou "Queria, aqui não é Brasil. Aqui estudo de qualidade custa caro".  Nossa, e desde quando no Brasil ensino de qualidade é barato? Mas poxa, por uma disciplina? Daí falei que se eu soubesse que seria tão caro, não teria ido pra Europa. Daí ela falou "Magina. Escolha um college simples, qualquer, pra vc fazer um curso de inglês e está bom". Daí eu falei "Mas não foi isso o que ficou combinado. Eu vim pra cá com outra expectativa. Eu vim pra estudar, pra estudar inglês e um curso na minha área de formação. Mas agora não sei o que fazer". Eu perguntei se não havia uma maneira dela conseguir desconto e ela falou que não. Mentira. Mentira. A mulher é vice-diretora do departamento de recursos humanos, trabalha lá há 13 anos, é professora da disciplina e daí me fala que não tem como conseguir desconto pra mim?

Depois daquele dia, eu perdi a vontade de continuar ali. Me matriculei no curso de Marketing - que foi ótimo, super válido, me manteve ocupada, eu aprendi bastante, tive uma ótima experiência em classe - mas não foi o que eu queria. Fiz o curso de inglês - era a única estudante internacional da turma, tive uma ótima nota final e fiquei super satisfeita. Mas ainda não era o bastante.

Tudo foi perdendo o sentido. Eu acordava segunda-feira esperando chegar sexta para ver meu namorado. Ele me começou a me buscar sexta-feira no final do dia e eu só voltava domingo. Não tinha mais motivo pra eu ficar lá nos finais de semana. Eles abusavam demais e eu só ficava em casa. Eu queria ver lugares diferentes, ter novas experiências, aproveitar as oportunidades. E principalmente, ficar com meu namorado.

Foi em Fevereiro que ele comentou, pela primeira vez, sobre casamento. E eu gelei. Não havia pensado nisso. Combinamos de pensar sobre o assuno e fomos amadurecendo a idéia.

Em Março, fomos visitar a mãe dele em Washington-DC. Foi uma viagem maravilhosa!!!

Em frente ao Capitol Building - Washington-DC
No final de Abril as coisas começaram a complicar. Em mais de um ano, fazendo mais do que a minha obrigação, a fofa pede pra conversar comigo porque houve um erro no calendário e eu levei o menino errado na aula de religião. Daí na mesma semana, eu esqueci de pedir pra menininha fazer um cartão pro padrinho, pois era aniversário dele. Isso tudo me rendeu um sermão ridículo, dizendo que eu não estava mais focada, que eu estava desatenta. Tudo isso, na verdade, era porque eu passava finais de semana com meu namorado e não com eles. Tá, não estou dizendo que não dá nada errar, mas poxa, e cadê a consideração? Depois de mais de um ano tomando conta das crianças, fazendo hora extra sem receber um centavo, é isso que eu recebo? Daí o negócio começou a esquentar.

Minha irmã e minha mãe chegaram no início de julho. Passamos o feriado de 4 de julho na casa do lago que eles têm em Michigan e foi um pé no saco. Não vou dizer que trataram minha família mal, mas não fizeram questão de agradar. Não os trataram como visita, mas como parte da equipe de limpeza. Eu nunca me incomodei em ajudar e minha mãe e irmã são assim, mas achei o cúmulo termos que fazer janta e lavar louça durante 20 dias só pq eles ficaram de graça na casa deles. Em alguns dias eles praticamente ignoraram a existência da minha mãe e irmã, o que me deixou com muita raiva, eu senti que foi a maior desfeita, desrespeito que passei na minha vida. 

Eu, minha mãe e minha irmã em Chicago, by the Silver Bean.

Mas eu me segurei. Porque eu queria que a minha irmã e minha mãe tivessem uma boa experiência.

E graças ao meu namorado, tudo foi maravilhoso. Graças à família dele, as lembranças são as melhores possíveis. Tivemos dias de glória. Tudo que a hostfamily deixou de fazer, a família do meu namorado fez pela minha mãe e irmã. Elas foram recebidas super bem com um jantar super gostoso, em um clima aconchegante, simples, de gente verdadeira. Se alguém ali foi falso, ninguém percebeu, pois parecia tudo tão real. As primas do meu namorado foram um amor com a minha irmã, a vózinha dele tentando conversar com minha mãe, que não fala inglês. Foi tudo ótimo.

Minha família sendo recebida pela família do meu marido!
Depois, a nossa viagem para New York City, apesar dos pesares, foi tudo bem. Graças ao meu namorado. Quando voltamos, passamos dois dias na casa do meu namorado, pois eu havia tirado a semana inteira de férias. Meu namorado aproveitou para conversar bastante com a minha mãe e dizer o quanto me ama, pedindo a ela permissão para se casar comigo.

Foi lindo. Eu nunca vou me esquecer daquele momento. Minha mãe, eu e meu namorado, conversando deitados na cama. Em família, sabe? Daí eu traduzingo para a minha mãe tudo o que o meu namorado falava, perguntava. Aquele momento fez valer a pena todo o sofrimento que eu passei. E eu estava tão cansada de sofrer. Queria ser feliz de uma vez. 

Nós estávamos nos programando para casar depois que meu programa de aupair terminasse. Mas logo que a minha mãe e irmã foram embora, os meus dias já estavam contados.

What doesn't kill you...


O relacionamento com essa hostfamily só foi piorando.

Quando ele foi pedir desculpas, o fofo praticamente o humilhou. E eu até chorei, pq jamais me imaginei em uma situação dessa - ainda mais com pessoas que não são da minha família. Os fofos me trataram como criança. Estranhíssimo essa crise de super-protetorismo, sendo que com as kids deles, eles não tão nem aí. Deixam para os outros cuidarem.

Eu vi nos olhos do meu namorado que tudo o que ele fez foi por amor a mim. Ele abaixou a cabeça para todas as merdas que o fofo disse. E foi após esse dia que as coisas ficaram ruins.

Eu não quero detalhar muito o que houve, pois sinto que já detalhei demais, é uma história que dói muito.

Antes do Natal eu fiz uma viagem para a Europa com uma amiga. Foi estressante, não deu tudo certo. Mas consegui ter boas lembranças da visita em Amsterdam, poucas que valeram a pena em Barcelona e quase nada de bom em Paris. Check it out details in my other blog

Em Barcelona. Um dia voltarei!
Ao chegar para o Natal, tudo o que eu mais queria era estar com a minha família. A minha família de verdade, aquela com a qual eu vivi durante toda a minha vida, com a qual eu fui educada a não julgar pelas aparências, a não querer ser melhor do que os outros, a não valorizar os bens materiais mais do que uma amizade verdade. Eu queria muito a minha família ali.

Já que eu não tinha a minha família comigo, eu não ia desperdiçar o dia mais especial do ano com quem não merecia. Então eu passei com o meu namorado. E foi quando ele me levou na Park View Christian Church e vi o quanto Deus estava me dando sinais de que sim, eu estava fazendo a coisa certa. Nada acontece por acaso. This kind of coincidence I will call Godwink, as SQuire Rushnell taught me through his book When God Winks At You.


Mas todo o sofrimento foi me deixando mais forte. Como diz a música What doesn't kill you makes you stronger. And that it was what happened.

Eu havia acabado de renovar o contrato com eles, e tudo isso havia me deixado bastante magoada. Mas isso não era nada do que estava por vir...

...to be continued.

O diálogo que mudou as nossas vidas


Pois bem. Este vai ser um post doloroso e longo. Pois toda vez que eu relembro desta história, é como se eu revivesse tudo de novo. E a história é um pouco longa por conta dos detalhes...

Este post revela um pouco de tudo. Um pouco do "porquê" os ex-fofos odeiam meu namorado e um pouco do "porquê" eu acredito que não faço parte da família deles.

Eu comecei a sair com meu lindo em agosto. Viajamos em Outubro. Daí eu continuava conversando com ele e foi que a fofa falou pra eu convidá-lo para jantar conosco na vó do fofo, no Thanksgiving. E daí eu fiquei super animada, pensando que era uma excelente oportunidade pra eles conhecerem meu (quase) namorado. Porque todo mundo já via nos meus olhos que eu estava apaixonada.

Eu o convidei pra ir passar na casa da mãe do fofo e ele não quis ir, mas ele tinha me convidado pra fazer compras de Black Friday (começando a noite do Thanksgiving), daí ele iria me buscar lá. Só que o problema seria ele só ir pra me pegar e não se apresentar pra todos, pois a fofa estava contando pra todo mundo que eu estava namorando. Ela quando fica bebaça além de fofoqueira elevada a vigésima potência, é um terror.

Daí foi o início da minha dor de cabeça. Ele entrou e todo mundo ficou olhando, sentados no sofá, ninguém levantou pra falar. Awkward. Eu falei "Gente, esse é o Zach", daí o fofo levantou e o cumprimentou. O meu namorado já odiava o fofo e depois daquilo tudo piorou. Um estava com a cara pior para o outro. Daí eu falei "Onde está a fofa? Vou lá procurá-la pra dar tchau". E o deixei na sala com a cambada. A fofa tava socorrendo a tiazinha que bebeu demais e tava jogada no chão - que vexame. Daí, bebaça, falou que ia lá embaixo cumprimentar meu namorado. Daí vem o diálogo que mudou a nossa vida para sempre:

Fofa - Onde vocês vão?

Namorado - Pra minha casa.

Fofa e fofo - What???? 

Todos na sala olham pra mim e os fofos olham pra mim como se eu tivesse inventado que iríamos fazer compra só para que eu fosse na casa dele fazer sexo. 

Eu - Nós vamos fazer compra. (olhando pra cara do meu namorado, tipo "oi? não foi o combinado!!!")
Namorado - Nós vamos fazer compra, mas antes vamos passar na minha casa.
Fofo - Bom, não sei se é uma boa idéia... (olhando pra mim, como se quisesse me impedir de sair)
Fofa dando uma risadinha cínica - Haha, hum...Não sabia que vc ia fazer compras na casa dele.
Eu - O quê? 
Namorado já puto da vida - Nossa, não tem nada de mais. A gente vai passar na minha casa e depois vamos fazer compra. Qual o problema?
Fofo olhando pra mim extremamente sério - Tem certeza que vc vai?
Eu já impaciente e me sentindo lixo - Sim. Não precisa se preocupar.
Namorado falando para os fofos - Acho que já provei que sei como cuidar dela, portanto não tem pq se preocupar
Fofo com cara de puto - Deborah, eu só vou deixar vc sair se vc tiver certeza que quer ir...
Eu já querendo sumir da face da Terra - Sim. Estou indo, TCHAU.

Dei um abracinho nos fofos e um tchau geral e fui.

Bom. Primeira coisa que eu aprendi nesta noite: Americano de mal humor só é bom longe de vc. E eu só aprendi isso depois de alguns meses. Especialmente quando o cara é bem sincero, como o meu namorado.  Ele não queria ir lá pra fazer sala. Ele só queria me buscar pra gente ir fazer compras. Quando nos falamos por texting, ele parecia chateado. Havia discutido com os tios e estava meio deprê, por isso não queria fazer sala pra ninguém. Mas eu insisti. Aí ele foi me buscar e não quis entrar. Imagine a minha reação. Eu fui lá fora, quando ele estava no carro, estacionado. Eu pedi pra ele por favor entrar, pois todo mundo sabia que eu estava ali conversando com ele e ia ficar feio pra minha cara se ele não entrasse para, ao menos, cumprimentar as pessoas. A gente não precisaria ficar lá fazendo sala, só cumprimentar e ir embora.


Americano que diz que não está em um dia bom só merece ficar sozinho com o dia ruim dele, senão traz tudo de ruim pra vc. E foi o que houve.

Óbvio que tivemos uma discussão terrível até chegarmos na casa dele, pois o fato dele ter dito que íamos na casa dele só me queimou para os fofos, né. Claro que eles exageraram, fizeram uma cena e tal, pois não foi nada daquilo. Nem era pra tanto. E claro que meu namorado queimou a cara dele tbm, pois ele foi seco, cara fechada. Foi o Big Deal do século. Me senti um lixo. Meu namorado me pediu perdão pela forma como se comportou e óbvio que aprendeu a lição. E detalhe que a gente passou na casa dele e eu fiquei dentro do carro, só esperando pra ver se um dos meninos que ele morava queria ir com ele. Mas claro que os fofos estavam pensando que ele tinha ido me buscar só pra fazer sexo, sabe como? BUT, fomos fazer umas compras básicas. E foi muito divertido!

Nós na fila da BestBuy.
Na manhã seguinte do Thanksgiving, o clima estava tenso e constrangedor. Eles me trataram como criança. Senti a vontade de dizer pros fofos: Nossa, que drama! Eu tenho 25 anos, sou extremamente responsável e se não confiasse nele, não teria ido para o Tennessee com ele. Além disso, pq vcs não se preocupam com a filha mais velha que tem 19 anos e a cidade inteira sabe com quem ela já dormiu. Mas claro que não falei nada disso. Falei que meu namorado não teve um dia bom, falou numa boa que a gente ia passar na casa dele, mas infelizmente, pelo fato de que ele estava de mal humor, deu a entender que ele ia me levar pra casa dele (sabe como?) e, eu não posso mudar o que aconteceu. Eu disse aos fofos que conversei bastante com ele e que ele percebeu que o que ele fez não foi certo e gostaria de ir pessoalmente pedir desculpa aos fofos.

O fofo não quis muito papo. Falou que não gostou dele, achou que ele foi arrogante quando disse que já tinha provado que sabe cuidar de mim (mas é verdade!) e que não acha que ele é bom pra mim (ele não tem que achar nada!). A fofa falou que estava preocupada comigo, que ele parecia ser meio maluco (vê se pode?) e bla bla bla.

Enfim. Eles aceitaram que ele viria no dia seguinte pra pedir desculpas e eu pensei que as coisas iriam melhorar...

...to be continued

* Você já passou por uma situação semelhante quando apresentou o seu namorado para a família dos fofos? E para a sua verdadeira família, como foi apresentar seu namorado?

De volta ao passado para escrever no blog


Oi pessoal. Depois de meses sem escrever, decidi voltar com tudo e realmente dividir a minha história com vocês. Eu tinha decidido parar com este blog porque às vezes é muito doloroso "voltar ao passado" e descrever com detalhes tudo o que eu e o Zach tivemos de enfrentar para ficar juntos. Se eu não contar a nossa história em detalhes, porque iria contar, não é mesmo?

Já estamos casados há mais de dois meses e eu vou contar tudinho para vocês como foi. Mas para isso eu terei de voltar ao passado. E vou escrever quando ainda éramos namorados, então não se confundam quando eu chamá-lo de namorado.. ok? Respirando fundo para escrever... em 3, 2, 1...let's go!

And I was falling in love with him...


Os dias foram se passando, nós continuamos a nos falar e nos ver. Mas não éramos namorados ainda, afinal, nos conhecemos no final de junho, nosso primeiro beijo foi por volta de agosto e fazia pouco tempo que estávamos saindo. Eu estava curtindo muito tudo isso. Começamos a passear nos domingos, indo pra Chicago, com parada obrigatória na lojinha brasileira Brasil legal, ele sempre aprendia alguma coisa do meu país e eu sempre aprendia alguma coisa com ele.

Nossa primeira foto juntos, em Chicago, no 11 de setembro de 2011.
Ele me ensinou (e ainda ensina) muito sobre música (todo tipo de música), sobre a História dos Estados Unidos (pq ele sabe muito sobre História), e sobre American Footbal. Ele torce para o time do estado do Tennessee, o Volunteers - Vols (só para os íntimos, hehe). E foi quando ele me convidou para ir ao Tennessee com ele em outubro. Aceitei de cara, pedi pra minha hosta um dia de folga (sexta), pois íamos fazer uma route trip. Falei que íamos com mais um casal de amigos, mas não, fomos só nós dois mesmo. Ninguém me perguntou NADA. Achei esquisitíssimo, pois fofoqueiros como eles são...

OBS: Ele tinha acabado de trocar de carro (eeeee! Agora a hf não vai mais achar que ele tem um emprego ruim!!! - doce engano, mocinha, tsc tsc). Com oito horas de viagem, tivemos tempo suficiente para conversar sobre muuuitas coisas e, claro, para ouvir músicas de todos os tipos. Eu preparei pão de queijo para nosso café da manhã (e fiz a mais para comermos durante a viagem) e ele simplesmente se apaixonou!! - Pelo pão de queijo, não por mim (eu acho! hahah). Ele sempre me fala que foi nessa viagem que ele descobriu o quanto me amava, pois ele já demonstrava muito que gostava de mim. Eu ainda estava tentando manter a distância, pois tinha terminado um relacionamento e não queria me envolver de cara com outra pessoa. Além disso, eu não sabia se ele estava me levando a sério ou não, o que me fez manter a distância e ser bem cuidadosa em relação a sentimentos.

Ele me mostrou muitas músicas diferentes, principalmente Country - que eu odiava!!!!! E olha que Country music não é tão ruim assim!? Foi nessa viagem que comecei a ouvir Zack Brown Band e outros. Mas duas músicas marcaram muito a nossa viagem, pois ele sempre cantava.






O quanto eu aprendi de football até hoje foi graças ao esforço dele em me ensinar. Antes da viagem, as horas no Skype, pesquisas no Google e o primeiro jogo de high school football que ele me levou, uma semana antes da viagem. Ele me explicava o que estava acontecendo, naquele frioooooo, e eu tentava entender. Afinal, meu inglês ainda não era dos melhores e a gente tinha muita dificuldade em se entender.

Mas como o amor só existe pra quem acredita nele, foi nessa viagem que tudo foi acontecendo. Eu me apaixonei pelo Volunteers Football e por ele :)

Eu fiz um vídeo com as fotos e vídeos de nossa viagem em Knoxville - TN, pra quem tiver curiosidade em saber como é o College Football e também pra saber como foi a nossa viagem :)






Ele é tão apaixonado por football e me levava sempre junto. Eu amava aprender com ele, ir aos jogos. No mês seguinte, fomos ao jogo do Notre Dame vs. Boston com os amigos e eu era a única menina. Ele achou o máximo! E eu também!! :)

Eu no meio da homarada!

E fomos nos apaixonando cada vez mais...mas não éramos namorados, oficialmente...

...to be continued

* Você já ouviu dizer que americano é devagar pra pedir em namoro? Quanto tempo você acha que é normal "ir ficando" até que ele te peça em namoro? Já ouvi dizer que americano é devagar pra pedir número de telefone - quando está interessado. Você já ouviu isso? 

Quando os hostparents começam a se intrometer na sua vida


A minha hostfamily estava na frente de casa quando ele veio me buscar. Preciso explicar pra vcs como a minha hf é pra que vocês entendam melhor.

No começo eles eram ótimos comigo. Me levavam pra sair, pra ir ao teatro, pra jantar, pra ir em festa, mas depois começaram a relaxar comigo, acham que eu dou conta de três crianças e da casa. Falando mais um pouco sobre o fofo e a fofa, eles são um pouco diferentes. Ela sempre foi super sincera comigo, me tratava como uma amiga, até um dia comprou uma tinta e pintou meu cabelo pra mim (!!). Ele sempre foi um querido comigo, achava até que ele era mais compreensivo do que ela, até um dia que eu contarei aqui pra vcs.
O problema deles é que eles são extremamente materialistas e adoram uma aparência. Trabalham e viajam muuuuuuito - sem dar muita atenção pros filhos. E isso é o que mais me deixa revoltada. Com três crianças problemáticas (sim, as minhas kids têm problemas como a Síndrome de Tourette que eu só descobri um tempo depois. E pasmem! Eles não fazem tratamento algum pra isso!!), vc acha que eu ainda vou dar conta de casa? Eu não sou paga pra isso!!! #prontofalei
Ok. Mas voltando ao que eu disse sobre eles adorarem trabalhar e viajar, eles vão sem as kids - e claro que sobre pra mim. E daí quando voltam pra casa, trazem presentes mas as kids ficam jogadas na TV. É sempre assim.  
Outro problema é que eles são super fofoqueiros, querem saber de tudo e mais um pouco, além de são piores do que meios de comunicação em massa: divulgam qualquer tipo de informação, sem ao menos decodificá-la. Mas imagine só, todo esse quebra-cabeça eu só fui conseguir terminar de montar no início do meu segundo ano de au pair. Então imagine como eu fiquei. Mas o que eu descobri só uns 4 meses depois desse dia, é que
 problema deles mesmo é se intrometerem nos business dos outros. A minha hosta ODEIA o namorado da mãe dela e fala abertamente pra TODOMUNDO!!!!!!! Ele tem síndrome de Parkinson, daí ela chama ele de Shake Hand - pode isso, produção?? É. Ela faz na maior cara lavada. E ele ODEIA a namorada do irmão. Diz que ela é grossa, tem cinco filhos mal educados e toda vez ela leva a pirralhada quando tem festa de família - e ele que tem 3 + 1 (a mais velha é filha do primeiro casamento da fofa - ABAFA!!). Resumindo: se eles nunca gostaram do namorado da vó e da namorada do irmão, acho que seria pedir muito que eles gostassem do meu namorado, né? Pois bem!

Voltando ao início do post...

Daí ele chegou, estacionou o "pocotó" dele e foi cumprimentar a família. Daí eu vi pela janela que ele tinha chego, daí fiz o sinal da cruz né (pra Deus protegê-lo e me proteger de qualquer fofoca) e daí quando cheguei lá ele estava sendo bombardeado por perguntas.

Fofo: Mas, onde vc mora? Vc foi criado onde? Mora com família? Onde vc trabalha? ...etc... 
Faltou só perguntar o quanto ele ganha. E eu fiquei beige minha gente. Cara de concha, como diziam o ET e Rodolfo #fundodobaú
Fofo: Cuida bem dela!
Meu lindo: Eu vou! Pode confiar!
Fofo: Não confio em não conheço. *num tom super grosseiro


Fiquei beige mais uma vez. Foi o maior embarrassing moment of my life. Quer dizer. O maior de todos ainda estaria por vir e eu nem imaginava.

Daí claro, pedi desculpas pra ele e ele achou suuuuper estranho esses americanos serem assim, principalmente por não serem meus pais verdadeiros. E eu fiquei com a pulga atrás da orelha, né. Daí tá, resolvemos deixar pra lá e curtir o nosso passeio.

Ele foi tão cute porque ele trouxe uma mexican snack pra mim, pois ele tinha comentado e eu queria experimentar. Se chama Chili Spiced Mango, super diferente e gostoso. Try it!

Enfim, tivemos uma tarde super legal e diferente. Clique aqui para saber mais no meu outro blog. E acabamos - FINALMENTE! - nos beijando super!!! Gente, aquele homem lindo, grande, tinha suuuper pegada. Tá, eu já tinha percebido no primeiro beijo, mas naquele dia foi tão mais tranquilo, porque estávamos sozinhos na beira do laguinho - tinham alguns sapinhos em volta haha - e foi tão lindo!!!!! E eu, poor me, não sabia que estava já me apaixonando por aquele americano!!!

Daí depois, fomos almoçar em Naperville, num restaurante chamado Mongolian's Bar - super legal! Delicioso pra quem gosta de comer bastante - como qualquer típico americano hehehehe.

Foi ótimo! Nada ótimo foi o questionário que tive que responder na manhã seguinte. Primeiro do fofo.

Fofo: E daí, como foi ontem? 
Eu: Foi legal! Eu me diverti bastante.
Fofo: Onde ele te levou?
Eu: Fomos fazer tracking na prairie onde ele trabalhou e depois fomos jantar em Naperville.
Fofo: Hum...e como ele foi vc?
Eu: (HEIN???? O que ele achou que eu fiz? Sexo no segundo encontro? E se eu tivesse transado com ele, o fofo achou que eu ia divulgar assim??) Hum...normal, tipo, ele é super bacana, me respeita, respeita minha cultura, me explica bastante coisa, tem paciência com meu inglês...
Fofo: Hum...(cara de bunda). Ok, só tome cuidado.
Eu: Cuidado? Por quê? Eu não acho que ele vai fazer nada de errado.
Fofo: A gente nunca sabe. Me deixe informado.
Eu: (cara de "vc não é meu guarda-costas") Ok.

Aff, gente, tem noção? Julgando assim sem saber? Dai, claro, que depois veio o mesmo interrogatório da fofa, né, com algumas coisinhas a mais, porque ela é fofoqueira e não aguenta guardar tudo o que o fofo fala pra ela.

Fofa: O fofo acha que ele não tem um bom trabalho porque ele tem um carro velho.
Eu: (Beige, com cara de concha x38765). Hum??? Bom, ele trabalha e paga as contas sozinho, não mora com pai e mãe, paga o financiamento da faculdade que ele fez. Não vejo nenhum problema com o carro.
Fofa: Ah, sei lá né, é meio esquisito ele sendo tão jovem e tendo um trabalho ruim, ganhando pouco.
Eu (pensando) - Desde quando jovem ganha bem?? Só no Brasil? Não, por que tem tanto jovem aqui trabalhando em MC Donald's da vida??? Acorda madame, emprego não está fácil pra ninguém!!! - Depois de pensar, eu disse. - Pois é, como eu falei, ele paga as contas sozinho, ele é bem esforçado e inteligente, na hora certa ele vai conseguir um emprego melhor.
Daí ela ficou me olhando com cara de bosta e saiu.

Tem noção? E isso nem foi nada do que estava por vir.

...to be continued.

* E vc, já passou pela situação de interrogatório pela sua hostfamiliy? Se sim, como foi a sua reação?

Our official first date



O que é passado, ficou no passado. Agora eu queria mesmo é curtir essa nova paixão (que, sinceramente, nunca pensei que fosse virar esse grande amor ♥

Depois da primeira vez em que saimos para dançar, quando rolou nosso primeiro beijo, continuamos a nos falar e ele me convidou pra um date de verdade. Daí, eu estava toda ansiosa, nervosa....e fui! Meus hostparents tinham ido jantar fora e a avó estava com as kids. PERFECT! Eu não ia precisar contar nada pra ninguém 


Quando nos falamos por telefone, ele me disse que tinha um carro bem velhinho, sem ar condicionado (e estava um calor de 87F), se eu iria me incomodar. Magina! Eu não ligo pra essas coisas, nunca liguei. Meu ex nunca teve carro e isso nunca foi impedimento. Daí não me incomodei mesmo, pois ele era tão lindo!! E afinal de contas, eu estava saindo com um gato e se fosse beijar alguém, seria o bofe, não o carro dele, né. Mas foi ótimo ele ter me falado isso, pois muita guria é ligada em grana e status, só sai com o cara por aparência. E eu nunca fui assim. Tô longe de ser assim. Tão longe, que vou postar pra vocês a foto de um carro parecidíssimo com o que ele foi me buscar. Olhe só!

Eu percebi que ele estava um pouco sem graça, pois eu estava de salto alto, de vestido meio verão, sabe? Daí ele começou a me contar que ele sempre trabalhou desde os 14 anos, que nunca teve pai e mãe pra educá-lo (a mãe tem problemas mentais e o pai morreu quando ele estava no high school). Daí ele trabalhou e fez faculdade ao mesmo tempo e continua trabalhando, pagando as contas. Do jeito que eu gosto. Trabalhador honesto, responsável e independente.

Acho que jamais me esquecerei desse nosso primeiro date. Era sábado, day off (pra alegria de au pair!!!) e ele me levou pra comer sushi em um restaurante super cute, perto de onde ele mora, em Frankfort - IL. Sushi é tão romântico ♥


Durante o jantar, ele sempre me perguntava sobre a minha família, sobre como todos são, sobre a minha cultura, o que geralmente comemos, como é a nossa rotina. Daí quando ele começou a perguntar sobre meus relacionamentos anteriores eu achei meio esquisito, porque geralmente (pelo menos comigo) os caras no Brasil não te perguntam sobre ex - estou errada, produção?

Fiquei meio desconfortável, mas comentei que tinha terminado há pouco tempo (disse que fazia umas 4 semanas que tinha terminado - mas na verdade tinha sido logo depois que fiquei com ele né) e ele se sentiu meio estranho, perguntou como eu estava me sentindo e eu acabei mudando de assunto. Só comentei que não tinha dado certo, mas não só por causa da distância.

Ele sempre foi super respeitoso comigo, às vezes meio tímido, sem jeito com os modos dele (não sei se todos os americanos são assim, mas ele estava tentando se segurar pra não fazer alguma coisa errada, deu pra perceber que ele estava se esforçando, talvez pra me impressionar ou pra não me assustar, hehe). Aqui eu preciso entrar em detalhes. Os caras americanos que conheci até hoje são bem "porcos", peidam perto de você,  falam com comida na boca, arrotam na mesa, usam o dedo pra empurrar comida  - e acham tudo normal. Ele não fez nada disso - tá que era sushi haha - mas ele foi bem educado e gentil.

Daí depois ele me levou no cinema pra ver The Rise Planet of the Apes. O interessante é que o tempo todo ele tentava se aproximar de mim, pois não tínhamos nos beijado em nenhum momento. Eu ainda estava um pouco confusa, pois não sabia qual era a dele, se ele queria só me levar pra cama ou se queria uma amizade colorida, sei lá. E ele foi tão simpático, gentil, tinha uma ótima conversa, estava sendo tão agradável...que foi difícil de resistir. Mas eu resisti. Até durante o filme, que eu percebia o quanto ele queria me beijar, e eu me fiz de difícil o tempo todo, até quando ele colocou o braço em volta de mim, sabe? Mas eu resisti.

Depois do filme ele tentou me beijar e eu virei o rosto e ele acabou me beijando no rosto, daí ele me deu um abraço. Eu falei que a gente ainda estava se conhecendo e que eu não queria apressar as coisas. Ele super entendeu e respeitou a minha opinião. Daí no caminho pra casa, fomos conversando e ele disse que queria passar o dia seguinte comigo, queria me mostrar um lugar onde ele trabalhou, que era basicamente uma área de preservação ambiental, comumente chamada de prairie, onde tem um lago, bunkers da época da Segunda Guerra Mundial, etc. Enfim, seria um domingo diferente, com algo diferente pra eu ver, íamos fazer tracking e conversar, nos conhecer. Eu aceitei e ele ia me buscar no dia seguinte, domingo.

E foi aí, onde tudo começou. Ou não.

...to be continued.

E vc, au pair, sempre que sai com alguém, precisa dar satisfação para a hostfamily, dizendo com quem vai e onde vai?

Como tudo começou

Neste post explico como o relacionamento com meu marido começou, ainda quando eu era au pair. Grande parte dos textos foram escritos na época que éramos namorados.


Eu sei que este post vai ser imenso, mas pra entender como eu encontrei o amor da minha vida - sim, ele é "o cara" - é preciso entender antes como foi o término do meu namoro, depois que eu vim para os Estados Unidos e, na época, "meu namorado", que ficou no Brasil. Então segue o post com detalhes.
Deixando bem claro que eu sei que muitos relacionamentos sobrevivem a essa mudança. Mas não foi assim com o meu. So, I had just gotten here in (North) America, in March 26th 2011, and...

Eu estava namorando há um ano e 4 meses, estava teoricamente feliz, pois ele sempre me apoiou a ser au pair e sempre me ajudou. Mas na verdade nosso relacionamento já não estava indo tão bem pq nossos objetivos estavam indo em direções diferentes. Eu decidi vir para os Estados Unidos, ser au pair, e sempre pensei em ficar dois anos, sim. Ele andava desmotivado, sem emprego, sem ânimo pra me escrever um email sequer durante uma semana inteira.

Depois de 3 meses, estávamos nos falando no máximo uma vez por semana (!!can you believe it?!!) e, eu, como sempre achei importante comemorar datas especiais - pois é por isso que elas existem! - resolvi fazer um vídeo no Dia dos Namorados. Eu tinha acabado de receber meu laptop que havia comprado e não tinha músicas, nenhum software que eu estava acostumada a mexer. Mas fui lá, com a força de sempre, vontade de demonstrar meu carinho (pq já não tinha aquele amor) e virei a madrugada, véspera do Dia dos Namorados no Brasil, pra mandar o vídeo antes que ele acordasse, pra que assim que ele abrisse o email, fosse a primeira coisa que ele visse.

Foi que no dia seguinte, não recebi nenhum comentário. Nenhum email. Nenhuma ligação. Daí eu liguei né, pra saber se ele tinha recebido o vídeo e pra desejar "Feliz Dia dos Namorados". Vou reproduzir mais ou menos como foi a conversa no telefone:

Eu: Feliz Dia dos Namorados!!! :)
Ele: Ah, valeu. Pra vc tbm.
Eu: E, daí, vc recebeu meu vídeo por acaso?
Ele: Ah...é, é, recebi sim.
Eu: E?
Ele: Legal.
Eu: Legal?
Ele: É. Legal.
Eu: Ah, vc sabe, ficou simples pq eu não tinha o software que tava acostumada, não tinha música alguma no meu laptop, vc sabe...
Ele: Tá bom.
Daí ficou nisso. Nenhum "Obrigado, adorei..." Eu chorei né. Me senti o lixo. Mas fui levando.
Daí lá pelos dia 30 de Julho eu, pela primeira vez, sai pra ir num bar com uma amiga brasileira recém chegada aqui. E foi quando eu vi o primeiro americano bonito de verdade, que chamou minha atenção. Sabe quando aquele gato aparece e vc não consegue tirar o olho dele? Foi assim comigo. Daí a minha amiga percebeu né e eu até falei pra ela que depois de três meses nos Estados Unidos, ele era o primeiro homem bonito de verdade que eu tinha visto. E ele era charmoso, sexy, etc.
E não é que ele reparou que eu existia? Daí ficamos trocando olhares. E eu tentei de todas as formas possíveis e imagináveis de jogar super charme e diretas pra que ele viesse falar comigo. Mas como a minha amiga me disse, "ele é americano e americano não vai chegar em vc, em um bar". Daí comecei a ficar nervosa né.

Ele foi lá cantar na banda (mas ele não era o cantor, era amigo dos caras). Daí enquanto ele cantava, ele só olhava pra mim e aquele momento foi inesquecível. Quando ele terminou a música, ele passou nas mesas cumprimentando todos e daí ele veio em nossa mesa pra pegar o "high 5", sabe quando a pessoa vem pra vc e fala "toca aí"? E daí eu bati na mão dele né e eu falei "But you don't sing that well" e ele olhou surpreso pra mim e disse "I don't care" e eu fiquei surpresa com a reação dele, daí falei "I'm just kidding!" daí ele pediu pra sentar na nossa mesa e ficou conversando comigo e minha amiga, perguntando de onde eu era porque meu sotaque (óbvio) era diferente.
Daí foi quando eu realmente acreditei que era possível existir um homem bonito, sexy, atraente e inteligente. Ele começou a conversar com a gente sobre regiões do Brasil, comidas típicas, cultura. E eu fiquei impressionada!! Realmente achei que ele fosse só um americano bonito. E só. Mas não. Fiquei feliz (eu, boba, né?) que ele era mais que um corpinho e um rostinho bonito.
Daí ele falou que ia dar uma volta, falar com os amigos. E eu pensei que ele fosse voltar, pedir meu telefone, né. Que nada. Como disse minha amiga, ele não iria fazer isso nunca! Daí ele veio se despedir de mim. Falou que tinha adorado me conhecer. E foi embora. "Bye".

Como assim? Um homem lindo e esperto desses aparece e desaparece desse jeito? Não pra mim! 
Um dos amigos dele que estava tocando na banda, veio conversar comigo pra me dar o cd deles e pediu pra eu adicionar a banda no facebook. CLARO que a primeira coisa que fiz quando cheguei em casa, às 2am, foi adicionar a banda e procurar o lindo no facebook. E não é que eu o encontrei? Mas não o adicionei. Ainda não era a hora. Eu ainda tinha um "namorado" no Brasil...

Na semana do meu aniversário, dia 5 de Agosto, eu estava em St. Louis com a hostfamily, e no meu free time eu ficava na internet. Daí eu resolvi mandar uma mensagem para aquele americano-lindo-e-simpático só pra ver se ele ainda se lembrava de mim. E ele se lembrou. E me aceitou no facebook uns dois minutos depois que eu pedi o request e começamos a nos falar. Eu, né, fiquei super animada, mesmo ainda 'tendo namorado'.

Foi aí que meu "namorado" resolveu ressurgir das cinzas e me enviou um vídeo de Feliz Aniversário. Sabe como foi o vídeo dele? Ele me falando "Daeeee Deh, Feliz Aniversário, tudo de bom!!! Parabéns, felicidades!! Fala aí com a minha irmã!!!"- Daí ele filmou a irmã dele me falando Parabéns e a vó dele tbm. Sabe qual foi a duração do vídeo? 0.45 segundos. Isso mesmo. SEGUNDOS! Depois de quase um mês inteiro sem se falar, mandando um email vago por semana, foi esse o vídeo que ele me mandou. Parecia que estava falando com 'os mano' dele. Eu me senti um lixo.
Fiquei com vergonha de mostrar esse vídeo pra minha hostmom. Pq meu hostdad tinha feito um vídeo pra mim (pq ele não viajou com a gente), daí quando eu assisti, eu chorei, pq foi o vídeo mais bonito que alguém já havia feito pra mim.

E daí eu fiquei pensando, "que tipo de namorado é esse que faz isso comigo?" E daí eu fiquei pensando, pensando, pensando...e na verdade eu não encontrei mais razão nenhuma pra estar namorando ele à distância depois do email que ele me respondeu (dois meses depois).

Bom, depois de um ano e quatro meses de namoro, eu ia passar no mínimo um ano nos EUA, então se a gente fosse continuar junto, eu realmente gostaria de ter certeza que ele quer ficar comigo pra sempre. Então teria que valer a pena. Ele teria que cultivar isso - não apenas eu!
Daí, não sei pq, fui empurrando.

Estourou tudo mesmo quando eu escrevi um email dizendo tudo o que eu estava sentindo. Sobre a ausência dele, mesmo antes de eu ir embora. Sobre o descaso em nunca ter me ligado aqui na minha casa, nunca ter escrito uma cartinha (ah é, ele me escreveu uma carta de uma página contando coisas que ele já tinha me contado online), nunca ter me valorizado de verdade, etc. Daí eu meio que dei o ultimato pra ele, falando que o nosso relacionamento só iria continuar se quando eu voltasse a gente teria de dar um passo adiante. Sabe o que ele me respondeu? NADA. Durante uma semana inteira.

Daí, deu no que tinha que dar. Eu mantive contato com o lindo-sexy-americano, que num belo dia me ligou e a gente acabou combinando de sair com mais dois amigos. Fomos dançar numa balada suuuuper doida (foi a primeira vez que fui em um night club). Daí conversa vai, conversa vem, depois de mil trocada de olhares, dançando daqui e dali...ele foi chegando mais perto, mais perto e....não resisti! Ele me beijou e é claro que eu me deixei ser beijada!!! E, ahhhhh, que beijo! Que pegada!!!!

E ficamos nos beijos.

Daí no dia seguinte - a culpa! Fui tomada pela culpa. Mandei email pro meu 'namorado', marcando de nos falar no Skype e ele não apareceu. Daí eu não conseguia nem dormir, insisti e no dia seguinte, dois dias depois do ocorrido, ele ficou online e eu confessei tudo. TUDO! 

 
Eu chorei. Ele chorou. Foi triste. E foi pior do que eu imaginei. Ele não quis terminar. Só que eu tive de terminar, porque não tem cabimento. Não terminei só porque o trai. Terminei porque o nosso relacionamento já tinha acabado há muito tempo. E ele não quis. Não aceitou. Não gostou. 

Não quis ser meu amigo, não quis mais conversar. E dou razão pra ele. Daí ele falou que iria sumir por uns tempos porque precisava colocar as idéias em ordem. Deletou facebook, sumiu do mapa.

E sabe o que é o melhor de tudo nessa história? A minha culpa foi embora. Porque no fundo, ele nunca me valorizou e nosso relacionamento já estava acabado há muito tempo. Então por que eu iria ficar me culpando?

Acabou. ACABOU!!! 

E foi aí, onde tudo começou!

...to be continued

*Você que acabou de ler o meu post, já passou pela mesma situação?